Compulsão alimentar e transtorno alimentar. Você sofre com essa doença ou conhece alguém que esteja passando por esse período?
Comer sem fome, sentir vontade de comer mesmo após ter passado pouco tempo a última refeição, se sentir mal por estar comendo… estes são alguns dos sintomas de quem está passando pela ponte emocional da compulsão alimentar. Lógico, não são apenas razões emocionais que causam esse mal, mas outros fatores podem influenciar.
Leia mais abaixo sobre o assunto e entenda o que é, quais as causas, as dicas e os tratamentos.
O que é compulsão alimentar?
A compulsão alimentar é conhecido no meio hospitalar como o “aumento episódico da ingestão alimentar”. Isso pode ser traduzido como um distúrbio de ansiedade e/ou afetivo, onde indivíduo ingere grandes quantidades de comida sem a necessidade fisiológica do organismo, ou seja, a ingestão do alimentado acontece independente do indivíduo apresentar fome ou necessidade daquele alimento.
Segundo o hospital Núcleo de Obesidade e Cirurgia Bariátrica, o termo compulsão se refere ao ato de compelir, que significa empurrar forçadamente, ou seja, o paciente come sem fome, e isso se traduz em um distúrbio de apetite.
Às vezes, comer demais de vez em quando é normal, ainda mais nas festas de fim de ano! Mas, é importante entender que compulsão é diferente de exagero.
Bem diferente de comer demais aos finais de semana ou em datas comemorativas, a compulsão alimentar se caracteriza pela ingestão de uma grande quantidade de comidas em um curto período de tempo, podendo chegar até 2 horas desde a última refeição, mesmo sem fome, com a sensação de perda de controle e se sentindo desconfortavelmente cheio.
Na verdade, a compulsão alimentar pode ser traduzida como um distúrbio do cérebro e, em alguns casos mais avançados, é preciso de acompanhamento médico e/ou psicológico. A compulsão alimentar, além de trazer consequências como o risco de ganhar peso em excesso e diminuir a sua autoestima, pode acarretar um profundo sentimento de culpa a cada novo ciclo. Este sentimento faz com que o indivíduo comece a cogitar (e até realizar) tomar medidas desesperadas, como começar dietas super restritivas, ficar sem comer ao ponto de passar fome ou se acabar na academia fazendo exercícios físicos, acabando por desenvolver o excesso de preocupação em relação ao seu corpo, abrindo as portas para novas doenças.
O que causa a compulsão alimentar
A causa do distúrbio podem ter várias origens, entre elas, o excesso de privações gerado pelas dietas restritivas, que atualmente é um dos principais fatores que aumentam o risco de se desenvolver a compulsão alimentar. Isso ocorre devido ao aumento de desejo por comidas que não poderiam comer, gerando frustração, estresse e depressão. Entretanto, não é só isso o causador da doença, pois segundo a psicologia, a causa é multifatorial, envolvendo herança genética, aspectos ambientais e emocionais, podendo influenciar no desenvolvimento desses problemas.
Problemas com a aparência (imagem corporal) e dificuldade de lidar com questões emocionais são alguns dos gatilhos que também podem desencadear o quadro de compulsão, não conseguindo mais comer de forma tranquila, podendo até desenvolver transtornos alimentares.
Diferença entre compulsão e transtorno alimentar
O psicólogo e escritor Alexandre Bez, especialista e colunista do site minhavida.com.br explica essa diferença e relata: “a linha entre compulsão e transtorno pode parecer tênue. A compulsão alimentar pode indicar uma carência, pois há uma necessidade em se preencher lacunas provocadas pelos fatores inconscientes. Ela pode indicar também a dificuldade em se controlar na administração do alimento”.
Diferente da compulsão alimentar, o transtorno alimentar compulsão ocasional não gera a sensação de culpa, vergonha ou embaraços pessoais. O transtorno alimentar não mantém nenhuma relação com a bulimia, embora os sintomas sejam semelhantes. A diferença é que a pessoa come de tudo sem provocar vômito, e embora sejam dois transtornos com a mesma sintomatologia, ambos se diferenciam pela frequência, qualidade, duração e intensidade.
5 dicas para controlar a compulsão alimentar
Se você sofre ou está com indícios dessa doença, veja essas 4 dicas para viver melhor e ter mais qualidade de vida.
Opte por alimentos mais saudáveis
Isso, parece clichê, mas é de suma importância substituir alimentos gordurosos, cheios de açúcar e conservantes por alimentos mais naturais, como legumes, vegetais e frutas. Eles carregam nutrientes essenciais para o organismo, além de serem ricos em fibras, que trazem a sensação de saciedade por um tempo mais longo. Saiba mais sobre os tipos de fibras e como encaixar esses alimentos no seu dia-a-dia.
Procure algo que te relaxe
Outro clichê? Não é não… Comida não é válvula de escape para os problemas diários que causam o estresse e ansiedade! As atividades (físicas ou não) podem te auxiliar durante esses momentos, trazendo você novamente para o “dentro de si”. Procure algo que te relaxe no cotidiano, como uma boa leitura, caminhadas ou corridas, musculação, músicas, dança, jogos e etc.
Fique ligado entre a vontade de comer X fome
Sim… perceba essa diferença! Treine, se concentre, pergunte para você mesmo se está realmente com FOME ou se está apenas com VONTADE DE COMER. Não exagere na quantidade de comida apenas por vontade. Essa dificuldade é pelo motivo que, o centro da fome e sede ficam localizados muito próximos na região do hipotálamo, no nosso cérebro. A dica é: sentiu fome, beba um pouco de água e espere alguns minutos. Analise se a fome passou, se não passou, é fome. Veja a diferença na imagem abaixo:
Se quiser saber mais sobre o tema, clique aqui e leia mais sobre: Fome de alimentos ou fome psicológica
Não pule o lanche da tarde
SIMMM! É um lanche ignorado por muitos, mas ele influenciará no que iremos comer no horário da janta. Então, não deixe esse horário passar batido no seu dia. É recomendável adicionar fibras nas refeições ou que procurar por alimentos que sejam ricos em fibras, pois eles irão te sustentar por um período maior de tempo.
Coma sem pressa
Mastigue devagar. O nosso estômago demora cerca de 20 minutos para liberar hormônios auxiliadores da saciedade. Se comermos rápido, este mecanismo não é ativado e acabamos por consumir além da necessidade.
Tratamento com nutricionista em Vitória – ES
Vimos que alguns motivos do desenvolvimento do transtorno alimentar e da compulsão alimentar tem ligação direta com causas psicológicas e também com a falta de orientação nutricional. Então, se você está buscando um tratamento, recorra sempre a um profissional que possa te ajudar. Vamos ver?
- Endocrinologista: este profissional faz o diagnóstico por meio da anamnese e inventário alimentar completo e pesquisa doenças associadas.
- Psiquiatra: avalia a necessidade tratamento com antidepressivos que tenham ação no mecanismo neuroquímico da doença (serotonina, noradrenalina) e investiga as comorbidades psíquicas frequentes.
- Psicóloga: Pode propor psicoterapia ou terapia comportamental e apoio familiar.
- Nutricionista: propõe estratégias de cardápio para evitar a compulsão, como comer com frequência, te dá alternativas agradáveis para colocar no cardápio, incentivar o paciente a fazer inventário alimentar completo para que não perca o controle sobre o que come. Entre em contato hoje mesmo!